sexta-feira, 25 de julho de 2008

Viagra: uma ironia Olímpica




Queridos amigos, ao deparar-me com a notícia de que as Olimpíadas de Pequim se notabilizariam provavelmente mais pelo uso do viagra do que por quebra de records ou mesmo o já reconhecido talento oriental para realizar aberturas de grandes eventos esportivos, tomei um susto.
Por mais esdrúxula que possa parecer, a informação é verdadeira, e tal preocupação foi manifesta por ninguém menos que o Dr°Parisotto, ex-cientista do Instituto Australiano de Esporte(AIS). O pesquisador figura como principal responsável em testes realizados para descoberta da substância EPO, hormônio cuja sintetização é realizada em laboratório. Ele afirma que o medicamento em questão(Viagra), por promover a vaso dilatação sangüinea não apenas no órgão genital masculino, pode representar importante recurso para os atletas. Ou seja, o medicamento que causou enorme reboliço nos anos noventa, parece querer revigorar seu protagonismo no ambiente das discussões médicas, esportivas e na sociedade de uma maneira geral.
Contudo, este verdadeiro companheiro masculino para todas as horas - ou pelo menos para 'aquelas horas' -, nos coteja com a possibilidade de também constituir-se num grande aliado para bêbes portadores de desajustes pulmonares, informação que obtive ao ligar meu aparelho televisor pela manhã. Isso significa que as crianças que nascem com sérias limitações para respirar podem ser salvas pelo "santo remédio".
Quem diria... o viagra, após sinalizar para a comunidade masculina a possibilidade de "definitiva" vitória sobre a impotência sexual, causa um novo impacto, pois de uma só vez descortinou triplamente seu potencial: além de golpear o pesadelo da impotência, revela-se um aliado eficaz para a élite do esporte mundial e criancinhas, cuja imagem, para as últimas, em hipótese alguma se imaginou associar.
O interessante neste contexto é que o uso do medicamento, embora não deixe muita dúvida ética quanto à finalidade terapêutica e de melhoria na performance sexual, não passa incólume sua utilização quando se trata de ganho em termos de rendimento dos atletas. Traduzindo: 'para amar pode, para competição não pode.'
Bem, essa talvez seja a tônica do Comitê Olimpico Internacional (COI), embora tal decisão, ao que tudo indica, será postergada para o término das Olimpiadas de Pequim.
No entanto, querido leitor(a), há uma pergunta que não quer calar: o que o COI estaria temendo exatamente; uma possível disparidade competitiva oriunda do uso de droga suplementar artificial, ou quem sabe uma possível perda de foco dos atletas uma vez que o remédio prodigio presta-se essencialmente ao auxílio das atividades na alcova? Bem, no primeiro caso, deve-se considerar, pelo menos em tese, que a melhoria da performance nas competições não seriam substancialmente alteradas, pois se imaginarmos um uso coletivo da substância, todos ganhariam proporcionalmente; já na segunda hipótese, nos resta uma consideração intrigante: será que a alta cúpula do Comitê teme o contrário, ou seja, uma queda substâncial de rendimento dos atletas sob hipótese de que o estímulo adcional seja canalizado para a atividade extra competição?
Enfim, resta-nos aguardar o desdobramento desse irônico e inusitado capítulo preambular da aventura olímpica em Pequim.
Sem mais,

Maurício.

25/07/2008.

vôo tenso




Certamente a tecnologia nos remete a um estado de sensações ambivalentes, as quais podem traduzir-se em tensão e euforia - componentes presentes na alma daqueles que se aventuram a voar nas asas da 'liberdade tecnológica.'
Para mim, tenho por certo que esta extraordinária ferramenta chamada internet, me tem despertado ao mesmo tempo encanto e desespero. Sim, pois neste exato momento, acabo de criar o meu blog, e não sei ao certo o que isso significa. Para mim, que sou um curioso inveterado por quase tudo, não faço muita idéia do significado de tal possibilidade; só sei que esta multiplicidade de informações internáuticas me conduziram à criação do blog, e continuo a me perguntar para onde isso me levará e qual o significado dessa maravilha.
Calma, amigos, não quero que a perplexidade - que já inflama por certo os seus instintos - desperte o desejo de me apedrejar, uma vez que a percepção de que estou a agir como criança em tenra idade a desbravar mundo desconhecido, certamente já se fez desnudar aos seus olhos; e, para isso, o melhor argumento que tenho para aplacar tal pulsão é o fato de que não passo de um mediocre curioso, sem grandes ambições neste vasto oceano de comunicação. Desejo, ingenuamente, compartilhar um pouco de minha euforia e desespero, ao escrever estas linhas (e por que não dizer: mal traçadas linhas).
Bem, o fato concreto desta minha primeira postagem, é afirmar-lhes que este espaço visa compartilhar conhecimento, e buscar, junto aos que sentem-se envolvidos como eu nesta eufórica e desesperadoramente fantástica via global, aprender, cominicar, falar sobre fotografia, cinema, política, enfim, um pouco de tudo que acossa a alma humana; ou seja, fundamentalmente dizer, verbalizar o que geralmente se ignora: aquelas pulsões da alma que ensejam momentos de reflexão e, sobretudo, aprendizado.
O meu anseio é poder fazer deste espaço um marco de reflexão sobre assuntos diversos, buscando diálogo permanente com este infindável universo da cultura e história humanas, onde tentarei ressaltar minhas predileções sem temer o conflito de idéias, pois a crise - conquanto não esteja dizendo nada de novo - constitui-se num manancial de infindáveis oportunidades.
Portanto, queridos amigos, não apelo à vossa paciência, pois tal qual um candidato que se exaspera às vésperas de uma eleição, estou a me comportar, buscando, tanto quanto possível, tecer palavras meticulosamente escolhidas, as quais traduzem, de acordo com Michael Foucalt, uma relação de força, de jogo, de afrontamento mesmo, embora o "A que endurecer, sem perder a ternura jamais", de Che Guevara, melhor ilustre o misto de sensações que imanta o meu coração neste momento.
No mais, companheiros, desejo não apavorar-me em demasia com o penhasco de descobertas neste meu primeiro vôo, o qual não é propriamente aquilino, e, se o é - embora corra o risco de ser interpretado como pretencioso -, é porque não encontrei analogia melhor.
Megalomanias à parte, espero compartilhar da companhia dos que não se deixam subjugar pela antipatia gratuita, pelo descrédito imediato, e que buscam atuar, no exercício da leitura,
como arquétipos do que lecionou o apóstolo Paulo: "lê de tudo e retende o bem".
Com carinho,

Maurício.



25/07/2008